Líder de gangue haitiana “Barbecue” desafia o FBI após acusações nos EUA

 


A procuradora dos EUA para o Distrito de Columbia, Jeanine Pirro, fala sobre a acusação de Jimmy Cherizier, terça-feira, 12 de agosto de 2025, no escritório do procurador dos EUA em Washington.

EUA acusam Jimmy "Barbecue" Chérizier e colaborador americano em esquema para violar sanções

Um dos líderes de gangues mais poderosos do Haiti, Jimmy Chérizier, conhecido como "Barbecue", desafiou abertamente as autoridades dos EUA após ser indiciado por um grande júri federal por violar sanções e financiar operações de gangues no país caribenho em crise.

Em uma declaração em vídeo, Chérizier declarou desafiadoramente: "Meu nome é Jimmy Chérizier, BBQ. Se o FBI me quiser, estou aqui."

O Departamento de Justiça dos EUA tornou pública a acusação na terça-feira, acusando Chérizier e um cidadão americano, Bazile Richardson, de comandar uma "ampla conspiração" para canalizar dinheiro da diáspora haitiana para financiar a violência de gangues.

Designação de terrorista e recompensa de US$ 5 milhões

Chérizier, líder da aliança de gangues Viv Ansanm, foi designado pelos EUA como terrorista estrangeiro em maio.

O Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levem à sua prisão ou condenação.

"O reinado de terror e violência em massa de Chérizier contra o Haiti deve chegar ao fim", disse Chris Landberg, alto funcionário do Departamento de Estado.

No entanto, críticos questionam a eficácia da recompensa. Jake Johnston, autor de "Aid State" e pesquisador do Centro de Pesquisa Econômica e Política, questionou: "Qual é a lógica de oferecer uma recompensa a alguém que não está escondido?"

Cidadão americano acusado de financiar operações de gangues

A acusação também cita Bazile Richardson, um cidadão americano naturalizado, originário do Haiti, que supostamente cresceu com Chérizier e agora mora em Fayetteville, Carolina do Norte.

Os promotores alegam que Richardson facilitou transferências de dinheiro de expatriados haitianos para financiar atividades de gangues, incluindo compras de armas.

A maioria das armas de fogo no Haiti é contrabandeada dos EUA, onde o tráfico de armas para a ilha continua sendo um problema persistente.

A acusação alega que os fundos foram usados para pagar membros de gangues e comprar armas de traficantes ilegais.

Chérizier, no entanto, insiste que Richardson é inocente.

A crise crescente no Haiti

As acusações ocorrem em um momento em que o Haiti continua mergulhado na violência de gangues, com grupos armados controlando grande parte da capital, Porto Príncipe.

A federação de Chérizier tem sido um ator fundamental no caos, que deslocou centenas de milhares de pessoas e prejudicou o governo.

Sem um tratado de extradição entre o Haiti e os EUA, ainda não está claro como Chérizier poderá ser levado à justiça.

Sua ousada atitude desafiadora ressalta os desafios enfrentados pelas autoridades haitianas e internacionais para conter o poder das gangues.

Enquanto a comunidade internacional luta para estabilizar o Haiti, o caso contra Chérizier e Richardson ressalta a complexa rede de crimes locais e conexões transnacionais que alimentam o colapso do país.

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