Ruanda nega alegação da ONU de envolvimento no massacre de civis no Congo

 

Paul Kagamé

O presidente de Ruanda, Paul Kagame, participa de uma cúpula conjunta para abordar o conflito no leste da República Democrática do Congo, em Dar es Salaam, Tanzânia, no sábado, 8 de fevereiro de 2025.

Na segunda-feira, Ruanda classificou como "falsas" as acusações da ONU de que suas forças participaram, junto com rebeldes, dos assassinatos de centenas de civis no leste do Congo.

Citando relatos em primeira mão, o gabinete do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH) disse que os rebeldes do M23 mataram pelo menos 319 civis em uma série de ataques a quatro vilarejos na província de Kivu do Norte em julho.

O relatório afirmou que os assassinatos ocorreram em fazendas no território de Rutshuru entre 9 e 21 de julho.

A agência disse que os rebeldes foram auxiliados pelas forças ruandesas.

Em uma declaração do Ministério das Relações Exteriores na segunda-feira, Kigali chamou a acusação de "inaceitável".

Acusou a agência de direitos humanos da ONU — sem provas — de tentar minar os esforços para acabar com o conflito no leste do Congo.

Em julho, os rebeldes de Kinshasa e do M23 assinaram uma declaração de princípios após semanas de reuniões em Doha, capital do Catar, comprometendo-se com um cessar-fogo permanente.

Mas os confrontos continuam no terreno.

Vários relatórios da ONU acusam Ruanda de enviar milhares de forças, blindados e material logístico para ajudar os rebeldes do M23. Kigali nega a acusação.

A violência contínua pode ameaçar os esforços para fazer com que o Congo e os rebeldes assinem um acordo de paz permanente até 18 de agosto, como esperado.

Uma das condições do acordo é a proteção de civis e o retorno seguro de milhões de pessoas deslocadas.

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